segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O Começo de um Fim




              - Corre, corre!
              Ele corria e segurando na mão dele eu ia atrás. Era uma mistura de sentimentos: medo, insegurança e desespero. Eu não sabia o que estava acontecendo, ele só mandava acompanha-lo e acompanhava-o sem saber pra onde íamos. Olhava para trás e podia ver pessoas chorando e crianças gritando pela mãe. Parecia o fim do mundo. Será que a profecia do dia 21 de dezembro de 2012 tinha se concretizado mais cedo? Eu olhava pra ele com uma cara de assustada e ele mesmo estando assustado parecia estar seguro de si para não me fazer mais medo. Olhava pra mim e dizia: “Eu prometo nunca te deixar.”. Nosso relacionamento não estava indo bem, mas a gente ainda se amava como a primeira vez que nos vimos.
              - Tenho um lugar onde podemos ir e vivermos em paz!
              Aquilo foi uma luz no fim do túnel. Só que eu ainda não sabia o que ocorria.
              - O que está havendo aqui, amor?
              - A Terra está se acabando. Terremotos, furacões, tsunamis... O mundo está perdido.
               Olhei ao redor e pude ver a destruição em que se encontrava a cidade. E me veio uma questão na cabeça: se o mundo está perdido onde a gente poderia ir sem que essa desgraça nos acompanhasse? Eu não sabia e naquele momento não me preocupei em saber, eu só precisava confiar nele.
              - Temos que arranjar comida para levar.
              O mercado mais próximo ficava a quarteirões de onde estávamos e precisávamos chegar o mais rápido possível antes que ocorressem mais desastres. Olhamos para o lado e vimos um Chevette estacionado ele olhou pra mim e resolvemos roubá-lo. Não demorou muito para que o trabalho fosse concluído. Ligamos o carro e fomos em direção ao mercado. No caminho pessoas imploravam por carona, ficavam em frente ao carro, mas ali eu e ele só pensávamos em nós e em tudo que planejamos nesses anos em que ficamos juntos. Eu só pedia pra ele acelerar e fechava os olhos, mas era inevitável escutar o barulho que fazia quando atropelávamos alguém. Chegamos ao mercado, ele disse que ficaria dentro do carro e eu entraria pra pegar mantimentos, pois sem o carro não poderíamos ir ao lugar onde ele planejava. Entrei e estava vazio. Peguei tudo o que via pela frente, desde o que ele gostava até o que ele odiava e não comeria de qualquer jeito. Coloquei tudo num carrinho e saindo do mercado um homem apontou um revólver para mim e pediu o carrinho. Não sabia o que fazer se deixava levar ou se me arriscava gritar e morrer ali mesmo. Até que meu amor apareceu e deu uma paulada na cabeça do cara. Eu me desesperei, mas lembrei de que ali era matar ou morrer.
              Fomos em direção ao carro, colocamos os mantimentos nele e continuamos nossa viagem rumo ao desconhecido pelo menos pra mim. Não aguentei e perguntei:
              - Pra onde estamos indo?
              - Garanto que vai gostar, você vai ver.
              Vi que ali era confiar e eu não tinha motivos para desconfiar-me dele. Viajamos por algumas horas e paramos simplesmente no meio do nada e o escutei cochichar: “Acho que é aqui”. Ele olhou pra mim e disse:
              - Vem, desce.
              Desci um pouco desconfiada, olhei para os lados e respirei ofegantemente.
              - Calma, não precisa ter medo.
              Eu sentia que não precisa. Senti que tínhamos saído da zona pesada da Terra, pois ali estava calmo. A brisa apenas conseguia mexer alguns fios do meu cabelo. Ele olhou pra mim e disse que passaríamos a noite ali e que bastava esperar. Mas pensei: “esperar o que?”. Mas uma vez eu confiei e sem questionar eu disse: “tudo bem”. Ele pegou no sono rapidamente, eu ainda fiquei a olhar as estrelas, mas o sono me pegou quando eu menos esperava e dormir por horas.
              Acordei com o barulho do mar. Como assim mar? Não sei como, mas eu estava numa praia. Olhei ao redor e pude ver duas casinhas. Era meu sonho de infância concretizando-se: morar em frente ao mar. Levantei e fui procura-lo. Achei-o sentado na areia a poucos metros de onde eu estava e perguntei:
              - Com viemos parar aqui?
              - Não interessa isso agora, Amanda. Só interessa que estamos aqui.
              Ali pude ter a certeza de que o amor faz coisas que o homem duvida e que não havia explicação. Já estava ao entardecer. Sentei ao lado dele, segurei sua mão e perguntei:
              - Tudo estará como antes?
              - Não pense nisso agora, a gente vê com o tempo. Mas tenho uma surpresa pra ti.
              Olhei pra trás e vi meu pai e eu não acreditei, não tive condição de trocar uma palavra, eu só chorava. Abracei-o e pude sentir o que eu senti há anos atrás quando ele chegava do trabalho. Fomos em direção ao mar. Sentei de uma forma em que a água pudesse tocar os meus pés, em que o vento pudesse tocar o meu rosto e que eu pudesse ver os dois juntos. Era estupendo vê-los conversando. E ali tive a certeza de que um era o espelho do outro e que eu precisava dos dois pra me sentir totalmente completa ou pelo menos só de um para que eu possa ter forças o suficiente para continuar em pé. O tempo fechou e trovejou.
              Levantei do sofá e desliguei a tv. 


Mands Gama
19 de Novembro de 2012
22hrs42min

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Analogia da Borboleta vs Amor



           A borboleta às vezes é como o amor, de tão linda e delicada que és a nossa vontade é prendê-la numa redoma para guardar pra si. Só que no fundo sabes que a prendendo estará maltratando-a, machucando-a; mas o anseio de tê-la fala mais alto. Mas sabemos que ao haver uma brecha, ela irá embora sem “pensar” duas vezes, pois como o amor, as borboletas para serem lindas e delicadas de verdade elas precisam estar livres.
           Arrependo-me de muita coisa, mas a maior delas foi ter prendido minha borboleta, que ao conseguir se libertar foi embora jurando não mais voltar. Eu espero que um dia ela encontre o caminho de volta pra casa e descanse em mim, pois dessa vez faria tudo diferente.

Mel: Papai não ligou mais.
Mamãe: E acho que nunca mais ligará.

20 de outubro de 2012
04h51min

Ele Sempre Quis Ficar



                Era mais um dia qualquer Mel como sempre iria pra faculdade, pegaria o mesmo ônibus de sempre, passaria pelas mesmas ruas de sempre, veria as mesmas pessoas de sempre, mas naquele dia algo diferente sobreveio. De cara não foi algo que mudasse sua vida de uma hora para outra, um dia mudaria, mas nem ela não sabia disso ainda. Ela conheceu o Caleu, um cara na sua que não era de puxar muito papo com pessoas estranhas, assim como ela, mas ela percebia que ele era simpático e atencioso com todos os seus amigos e isso a chamava atenção e o pior disso tudo é que ele sempre esteve ali, mas que ela por ventura nunca tinha prestado atenção. Começou então a puxar papo com o Caleu, conversavam pouco, mas pra ela já era o suficiente; o bastante, já que ainda ele não fazia totalmente parte da sua vida.
                Chegara o aniversário de Mel e todos deram os parabéns menos o Caleu e ela sabia que ele conhecia que hoje era seu aniversário, então, ela falou: “Cadê meus parabéns, Caleu?”. Ele esboçou um leve sorriso e deu os parabéns e ela respondeu-o: “Agora não quero mais.”. Falou num tom brincando. Deu à hora de entrar na sala de aula, ela sentou e seu telefone tocou e era uma mensagem, adivinha de quem? De Caleu que dizia: “Parabéns, Mel s2”. Ali foi o ponto inicial para começar uns papinhos meios apaixonados, que Mel levava na brincadeira e acreditava que ele também levava.
                Foram-se passando dias e Mel cada dia que se passava se sentia mais interligada ao Caleu, mesmo sabendo que ele poderia não levar a sério aquilo tudo. Ela tinha vontade de perguntar, mas tinha medo de ele não estar levando e ela estragar com uma amizade, ela queria, mas ela só levaria se soubesse que ele levava também. E foi aí que apareceu o Omar nisso tudo, ele meio que com mentirinhas sondou o Caleu e a Mel e conseguiu aproximar os dois de uma forma que talvez por eles mesmos nunca se aproximassem. Digamos que isso foi uma mentirinha do bem.
                O amor já estava arraigado no coração dos dois, até que Mel por uma ação ousada no telefone com o Caleu perguntou: “Quer ser meu namoradinho?”. Na hora a ligação caiu, Caleu retornou dizendo que sim, mas Mel respondeu que por a ligação ter caído era um sinal que ainda não era pra rolar, mas ela queria e ele também e acabaram oficializando o namoro ali, dia 13 de janeiro. Passavam os dias juntos, não conseguiam ficar longe um do outro, mas Mel tinha que viajar por um tempo e o medo dos dois era que a distância fizesse com que aquele amor acabasse ou diminuísse, mas a distância é como o vento e o fogo é como o amor. Imagine umas folhas secas pegando fogo em um dia ventoso, se for um foguinho o vento o apagará, mas se for um fogaréu o vento só fará com que ele se alastre mais ainda. E foi o que aconteceu, ficaram mais conectados e ali perceberam que um carecia do outro.
                Mel tinha a certeza que amava muito o Caleu, mas fazia asneiras atrás de asneiras. E o Caleu sempre a perdoava e ela jurava que tudo iria mudar, ela bem que tentava ou achava que tentava, mas nunca dava certo, até que ele decidiu terminar o namoro de vez e cortar inúmeras ligações, mas mesmo assim, eram ligados, porque o amor que havia entre os dois não deixava eles ficarem longe um do outro. Mas Mel continuou errando e cansado o Caleu, até que um dia de tanto ele chorar por noites e noites, por sofrer por uma mulher que ele amava, mas que via que não era totalmente recíproco, mesmo sendo, ele só não acreditava mais e com razão, ele desistiu dela, porque ficar com ela estava fazendo-o sofrer e que talvez ficar sem ela o faria sofrer menos. Ele estilhaçou todos os vínculos que havia com ela, sem talvez se preocupar se ela está viva ou morta, porque o amor que ele sentia se transformou em ódio.
                Hoje ela faz de tudo pra tentar tê-lo de volta, manda mensagens, liga, mas sempre são sem respostas, chora todos os dias, enche o organismo de remédios que ela nem sabe pra que servem, só toma talvez esperando a felicidade ou a infelicidade de dormir por um bom tempo e poder estancar esse sangramento que há dentro dela. Ele sempre a alertou que um dia ele iria embora sem volta e ela chorava só em imaginar, mas hoje ela sabe que a dor que ela sentia imaginando não é nem 1% do que ela sente hoje. Ela dizia a ele que nunca deixasse deixa-lo, mas ela se esqueceu de nunca deixa-lo deixa-la. Ele disse que quando ela sentisse a falta dele de verdade, era pra ela lembrar que ele foi embora pelas coisas que ela fez e que ele sempre quis ficar.
Ele sempre quis ficar, ela que não deixou!


Mands Gama
31 de outubro de 2012
04h55minhrs



É tão difícil olhar o mundo e ver o que ainda existe, pois sem você meu mundo é diferente, minha alegria é triste. Quantas vezes você disse que me amava tanto, quantas vezes você* enxugou o meu* pranto e hoje eu choro só sem ter você aqui. 

:/

domingo, 7 de outubro de 2012

Traição em Dobro!




 Sempre fui um rapaz carismático, onde minha simpatia fazia com que grandes mulheres se apaixonassem por mim e eu como um garanhão de primeira pegava todas e largava dias depois sem ressentimento algum. – é, tinha aprendido com o meu pai, meu grande ídolo o Sr. Igor*, onde me ensinou que qualidade e quantidade tinha que andar juntas e segui o seu conselho sempre arrisca –. Não me recordo de ter me apaixonado de verdade, lembro apenas de algumas mulheres em que eu tinha um carinho especial: minha mãe já bem idosa e minha irmã gordinha e feinha. Elas sempre questionavam o meu jeito de tratar as mulheres, de levar toda semana uma diferente e eu não me importava com cor ou raça, apenas se tinha uma beleza especial, então, minha agenda de celular era como um cardápio de restaurante francês tinha de tudo, mas uma coisa não poderia faltar: a beleza do prato. Alguns amigos discutiam o meu jeito de ser, principalmente o Matheus*, um cara certinho e sem graça que dizia que um dia eu ainda iria me apaixonar e iria pagar por tudo que eu já tinha feito com loiras, morenas ou ruivas... Mas já sabia que a mulher capaz de fazer apaixonar-me não estava por perto, se estivesse já teria encontrado. Mas eu tinha o meu companheiro de aventuras era o Antônio*, ele também tinha um jeito especial com as mulheres, mas não era tão bom como eu.
Minha mãe já aborrecida e preocupada com medo de eu engravidar alguma ou pegar uma doença, resolveu mandar-me para Brasília, para morar com uma tinha minha que era dona de uma rede de bares. Não me contentei com a ideia, mas depois pensando bem iria pegar algumas brasilienses, beberia de graça e teria mais uma aventura e fui. Morei em Brasília por quatro anos, estudei rede e trabalhei. Não aguentava mais de saudades e resolvi voltar. A recepção foi bem calorosa, lá estava meus pais no aeroporto e minha mãe não segurou o choro. Cheguei em casa e senti falta de todos os meus amigos, das aventuras e resolvi ligar, mas minha irmã interrompeu-me com uma notícia:
- Antônio está noivo!
Nem acreditei na hora. Não me conformei em saber que meu companheiro de galinhagem de infância, adolescência e juventude iria se casar e me deixar sozinho, nessa dura batalha de escolher mulheres, rs. Fui a casa dele e dei aquele abraço forte e disse:
- Como assim você vai se casar?
- Pois é, encontrei minha cara metade. Você vai adorar ela.
- Que cara metade... Larga disso.
- Relaxa você ainda encontrará a sua e quero você de padrinho no altar.
Marcamos de encontrarmos nós três, para conhecê-la. Cheguei ao restaurante e o avistei numa mesa, ele disse que ela iria se atrasar um pouco e ficamos conversando:
- Está apaixonado mesmo?
- Estou ela é tudo pra mim.
- Que munitinho (deboche).
- Olha ela aí...
Olhei e avistei uma das mulheres mais lindas que eu já vira. Tão linda que me lembrei de uma música do RPM: “então de repente ele (a) chega arrebatador, são dois olhos verdes e um sorriso avassalador.” E além de linda era simpaticíssima e agora eu entendia porque o Antônio tinha se apaixonado, acho que seria impossível não se apaixonar, não pera... O que eu estava pensando naquele momento? Ela era quase esposa do meu melhor amigo, eu era sujo com as mulheres, mas não com os meus amigos.
Passaram-se dias e nos encontramos de novo para eles me falarem sobre a festa de noivado que eles iriam fazer e ao lado dela eu me sentia soar, ter calafrios, pernas tremerem... Eu não sabia exatamente o que era aquilo, pensei que era uma gripe querendo me pegar e falei ao Antônio que não estava me sentindo bem e que precisava voltar pra casa. Às vezes eu a via me encarando e aquilo piorava todos os meus sintomas e fui pra casa, mas percebi que ao sair do lado dela tudo se acalmava novamente. No outro dia eu lendo meus e-mails escutei o telefone tocar e atendi.
- Oi, Guilherme*? Sou eu a Ana* noiva do Antônio, lembra?
Naquela hora meu coração disparou e fiquei me perguntando o porquê da ligação.
- Claro, ocorreu algo?
- Não... É que eu vou me casar com o seu melhor amigo, né, e eu gostaria de conhece-lhe melhor!
- Claro.
Marcamos um encontro.
Eu nunca tinha ficado nervoso para um encontro, mas era justamente o jeito em que eu estava. Ficamos conversando por horas e às vezes me perdia olhando seus lábios, o desejo de beijá-los era enorme, mas me segurei e eu me sentia desrespeitando o Antônio por tal pensamento. Até que ela me falou que se lembrava de mim, que já tínhamos estudados juntos na 8º ano do Ensino Fundamental e vagarosamente fui lembrando-se dela:
- Você era a menina que cantou Ana Júlia no festival escolar?
- Sim, rs. Cantei horrível.
- Nem cantou, mas mesmo assim Los Hermanos fica bom em qualquer voz.
- Verdade. Eu adoro o Camelo e claro a Mallu também. Curte?
- A Mallu nem tanto, mas tenho um amigo que é fã, descobriu que era gay um tempo desses.
E começamos a rir e ali e rolou um beijo.
Cada dia que se passava eu me apaixonava mais, nos víamos quase todos os dias. Ela sempre arranjava um jeito de driblar o Antônio. Só que a culpa me consumia e resolvi desabafar-me com o Luiz*, um amigo nosso que é meio louco nas ideias, tão louco que é fã do Galvão Bueno e que só conseguira emprego de cabo-man e claro era especialista em casos de amor:
- Eu estou apaixonado e tendo um caso com a noiva do Antônio!
Luiz como era um cara não muito sensato e agia pela emoção deu a ideia de fugirmos já que éramos tão apaixonados. Comentei com a Ana sobre ela terminar o noivado, achei que a ideia de fugir não cairia bem, mas ela não se agradou com a ideia, falou que o pai jamais aceitaria e a menosprezaria para sempre, já que era um caretão – era até mesmo em seu corte de cabelo –. Semana que vem era o casamento e ela me tinha prometido que iria resolver tudo, mas acho que pra ela foi só uma despedida de solteiro. Acho que o que o Matheus* me disse há anos atrás está ocorrendo hoje.
O telefone toca e era ela:
- Ana?! O que houve?
- Olha, nunca mais, não ligue mais é melhor assim.
Não era bem o que eu queria ouvir:
- Saia da minha vida, nossa relacionamento é uma loucura, um absurdo.
Não sabia bem o que fazer depois de ela ter me dito tudo isso, não sabia se eu chorava por tê-la perdido ou por estar traindo a confiança do Antônio. Resolvi ir embora para o litoral do Ceará e talvez abrir um negócio a beira mar e sabia que ali seria a última vez que escutaria sua voz ou a veria. Ela soube que eu fui embora e mais uma vez ela me ligou, por não atendê-la dias depois ela estava em Fortaleza, me procurou com uma voz suave quase que o formal:
- Olha, não é bem assim, não necessariamente o fim, do nosso relacionamento tão bonito e casual.
Fiquei anestesiado por uns segundos e raciocinei ali que de repente as coisas mudam de lugar e quem pensou que perdeu pode ganhar. Eu não conseguia falar nada, era como se minhas cordas vocais estivessem ordenadas a não funcionarem, nem ela conseguia mais falar só sentia que havia um teor de medo e sofrimento em seu olhar, como se ela tivesse pisado em espinhos para estar ali, na minha frente, compartilhando inúmeros sentimentos. E o teu silêncio preso na minha garganta e o medo da verdade e resolvi quebrar o silêncio:
- Eu sei que eu... Eu queria estar contigo, mas sei que não é permitido. Eu fico pensando se nós tivéssemos fugido e ouvido a voz desse desconhecido... O amor.
- Guilherme, eu não vim ao Ceará atoa. Eu tive um sonho: Eu estava em um precipício e uma voz que chegava e sussurrava devagar pra perturbar pra enlouquecer, dizendo pra eu pular de olhos fechados. A voz chegava debochar do meu pavor, mas ao pular eu me via criar asas e voar.  E percebi que o amor é assim, às vezes a gente se joga e não criamos asas e nos esborrachamos no chão, mas às vezes pulamos e podemos voar junto com o amor, então, porque não arriscar? Eu larguei tudo no Rio de Janeiro e vim atrás de você aqui, porque eu te amo. Não sei como vai ficar a situação com o Antônio, mas daremos um jeito e sei que ele vai entender.
É... E quem achou que tinha perdido pode ganhar. Só que a minha culpa em ter traído o Antônio e não ter sido homem o suficiente para contar pra ele, não deixou abraça-la naquele instante e simplesmente olhei pra ela e fechei a porta. Eu sei quão grande foi o sacrifício que ela fez por mim, mas o meu medo de amar falou mais alto. Fui dormir com o coração apertado e hoje dia 06 de Outubro de 2012 acordei espantado, eu tivera o mesmo sonho que ela e fiz algo que eu sei que nunca vou me arrepender peguei o celular e liguei:
- Minha amiga, minha namorada, quando é que eu posso te encontrar?

(:

[*] Nomes Fictícios

História fictícia, em caso de parecer com uma história real é apenas mera coincidência. 

Mands Gama


História inspirada em "Dois" - Paulo Ricardo